Poetas MiRaZé

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Camila, Raimundo, Vandei (Zé)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Poesia de presente 3.6


Tempo

Hoje eu amanheci mais velho, ontem eu não era assim, apesar do espelho me alertar á tempos. Não me encontro no que vejo.
Não me enxergava no espelho, não via as marcas do tempo, o que via era uma máscara sobreposta no meu rosto, em cima de minhas marcas, minhas feridas, minha vida.
Tenho pressa, não para correr e sim para parar, para viver, não posso com o tempo, sinto seu peso nos meus ombros, nas minhas costas, em minhas mãos longas e ásperas.
Carrego em mim tudo, todos, só não me suporto, mas me acho leve, insuportavelmente leve, com todo esse tempo estampado na cara, com a sensação de ter o que tenho e ser o que nego.
Quero que o tempo pare, me eternize, aprisione minha beleza ambígua, como um louco Dorian Gray.
Não vejo que o espelho grita minhas marcas, não vejo que o tempo não para.
Hoje eu amanheci assim, não sou o mesmo de ontem, não me sinto o mesmo de hoje, eu sou aquele que me projeto a ser, sem tempo, sem idade, apenas um eu em busca.
Uma busca acelerada do agora, com medo desse tempo que tanto passou, o espelho me assusta, porque hoje eu amanheci assim.

Seu Zé

3 comentários:

  1. Finalmente!!! Está voltando ao berço esplêndido da Poesia. Bem Vindo!!! Meu Amigo Poeta....

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  2. Boa poesia, é daquela q a gente vai lendo e senti o coração batendo mais forte, uma respiração profunda...

    Parabéns Zé!

    Bjus

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  3. Que lindo Vandei, que saudades, que bom que você está de volta. Amei. Beijos

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