Tempo
Hoje
eu amanheci mais velho, ontem eu não era assim, apesar do espelho me alertar á
tempos. Não me encontro no que vejo.
Não
me enxergava no espelho, não via as marcas do tempo, o que via era uma máscara
sobreposta no meu rosto, em cima de minhas marcas, minhas feridas, minha vida.
Tenho
pressa, não para correr e sim para parar, para viver, não posso com o tempo,
sinto seu peso nos meus ombros, nas minhas costas, em minhas mãos longas e
ásperas.
Carrego
em mim tudo, todos, só não me suporto, mas me acho leve, insuportavelmente
leve, com todo esse tempo estampado na cara, com a sensação de ter o que tenho
e ser o que nego.
Quero
que o tempo pare, me eternize, aprisione minha beleza ambígua, como um louco
Dorian Gray.
Não
vejo que o espelho grita minhas marcas, não vejo que o tempo não para.
Hoje
eu amanheci assim, não sou o mesmo de ontem, não me sinto o mesmo de hoje, eu
sou aquele que me projeto a ser, sem tempo, sem idade, apenas um eu em busca.
Uma
busca acelerada do agora, com medo desse tempo que tanto passou, o espelho me
assusta, porque hoje eu amanheci assim.
Seu Zé
Finalmente!!! Está voltando ao berço esplêndido da Poesia. Bem Vindo!!! Meu Amigo Poeta....
ResponderExcluirBoa poesia, é daquela q a gente vai lendo e senti o coração batendo mais forte, uma respiração profunda...
ResponderExcluirParabéns Zé!
Bjus
Que lindo Vandei, que saudades, que bom que você está de volta. Amei. Beijos
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